quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Simples conto, parte 14

Ela estava feliz, mas ao mesmo tempo, um medo havia habitado em suma mente.
Nunca fora fácil pra ela se relacionar com o mundo fora da sua bolha de proteção, até então ninguém jamais houvera adentrado em sua vida, nem mesmo notado sua existência, agora, algo abalara aquela "Stonehenge", enfim, decidiu descansar, afinal só o veria no dia seguinte.
Era mais fácil sobreviver quando não tinha de pensar em absolutamente nada, já que até então não havia ninguém que desse um ânimo naquela vida, porém, agora ela sentia-se viva, sentia o sangue correndo em suas veias... E um turbilhão de emoções tomara conta dela, então decidiu não ter medo e deliciar-se do toda aquela situação. Enfim, sorriu.
As horas se passavam devagar, ela não via a hora de estar sob aqueles lindos olhos, e realizar o desejo de Marcos, sorrir.
Decide se arrumar mais cedo, sair mais cedo, dar um tempo na biblioteca, só que, ao chegar, para e prefere deliciar-se sentada em baixo de uma árvore, ouvindo uma música que falava sobre fé, que acaba perdendo a noção de tempo.
- Oi, diz tímido.
Olha surpresa e encontra de fato o esperado, aqueles belos olhos, lhe passavam, mesmo que tímidos, uma segurança, Helena passaria a noite toda apenas olhando-os, mas não quer que ele perceba, então responde singelamente,
- Oi.
Não sabendo o que fazer, então, ela fecha os olhos, esconde o medo e sorri. O sorriso mais sincero que ela já deu em sua vida, ele notou.

Um comentário:

  1. "Era mais fácil sobreviver quando não tinha de pensar em absolutamente nada."
    "Ela não via a hora de (...) realizar o desejo de Marcos, sorrir."

    Quanta força, quanta delicadeza!

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